O marketing multicanal é o da era em que vivemos praticamente online. O que nos leva a uma reflexão: quando foi a última vez que assistiu a um programa de TV, em casa, na hora da transmissão (não gravado, não na reprise, não no youtube)? Qual foi a última vez que atendeu o seu telefone em casa depois das 19h? Recorda-se da última vez que você recebeu uma boa peça de marketing direto em casa, pelo correio?
Agora pense na frequência com que você consulta o e-mail. Quão perdido você se sente sem o celular ao lado? Quantas horas passa no Facebook, Instagram ou no Twitter?
No passado, a televisão e o marketing direto eram considerados canais de marketing outbound privilegiados, enquanto que, em sentido inverso, o marketing inbound gravitava à volta dos call centers e das lojas. A Internet mudou tudo isso. Mudou hábitos. Mudou comportamentos. É difícil conjugar verbos como comer, trabalhar, ler, pagar, recrutar e socializar sem ela. Mudou para sempre a forma como se compram e vendem produtos e serviços.
Nós, consumidores, temos mais opções e expectativas mais elevadas; agora queremos tudo o que preferimos, no tempo em que o preferimos e as marcas têm que acompanhar essa evolução. Estamos mais usuários das tecnologias, de canais como o e-mail, mobile e redes sociais praticamente em simultâneo.
Sabemos que os marketeers estão recolhendo os nossos dados para saberem quando estamos online, onde clicamos, o que compramos online, o que não compramos e muito mais. E esperamos secretamente que isso os ajude a disponibilizar tudo o que precisamos. Não, não queremos mais telefonemas chatos dos call centers!
Mas hoje não basta enviar a mensagem certa às pessoas certas no “timing” mais adequado. É preciso lhes fazer chegar essa informação através dos canais mais adequados. E com o crescimento exponencial de novas tecnologias e aplicações, esperamos encontrar informação relevante não só no nosso e-mail mas também no nosso celular e na nossa rede social favorita, ou em qualquer outro canal que decidamos utilizar.
Os marketeers têm agora que prever o maior número de interações possíveis e já não são eles, os profissionais, que ditam as regras do jogo. A utilização e a integração dos novos canais de marketing é efetuada online e ditada pelas nossas preferências e comportamentos individuais enquanto consumidores.
Sou de São Paulo, mas estou de férias no Rio de Janeiro. Um dia recebo uma newsletter falando do jogo da seleção no Maracanã. Uns minutos depois, o Ronaldo telefona me convidando para o jogo.
Como isso aconteceu?
Simples: a campanha foi preparada para enviar um torpedo de voz apenas a quem abriu a newsletter quando estava no Rio de Janeiro.
Como vê, quem dita as regras do jogo agora é você!